O Carnaval que escolas de samba fazem de Norte a Sul sempre atrai pencas de gays, é fato. Apesar disso não são tão raros episódios de intolerância com a diversidade sexual. Recentemente quem se viu no centro de uma polêmica envolvendo banheiro exclusivo para homossexuais foi a Unidos da Tijuca, campeã carioca em 2010 e uma das favoritas para 2011.
Histórias como essa motivam o surgimento de escolas de samba feitas para gays, onde a aceitação de todos, sem distinção, está sempre no enredo. O resultado é que essas agremiações inclusivas lutam contra as difi culdades e vêm atraindo cada vez mais também o público hétero.
Colocando a visibilidade na avenida, uma delas chegou a emplacar a Rainha do Carnaval de São Paulo. Saiba mais:
ARCO-ÍRIS (SP)Nasceu em 2008 carregando no peito o orgulho de ser a primeira agremiação LGBT de São Paulo. Seu surgimento é resultado da reunião de sambistas vindos de outras escolas da cidade, todos coloridos. Feliz da vida depois de emplacar a Rainha do Carnaval paulistano (foto), o presidente Eduardo Corrêa justifi ca a existência de escolas de samba específicas: “Se o gay mais afeminado quiser aprender a tocar algum instrumento para participar da bateria, de certo será motivo de piadas e alvo de violência até desistir de entrar na bateria formada por machões”. Como tema, este ano a escola leva à avenida a importância do arco-íris para a humanidade, a partir do dilúvio que alçou Noé e sua arca à fama.
MONALISA PAULISTANA (SP)
Outra agremiação inclusiva da capital paulista surgida em 2008. Apesar do pouco tempo de vida a escola já tem seu objetivo super traçado: levar a comunidade LGBT ao grupo especial do Carnaval da cidade. Como a Monalista está no grupo 4, serão necessários ao menos seis anos de muito trabalho. Nas tardes de sábado de fevereiro a escola realizou ensaios na região da Praça da República, região central da cidade. Já o desfile rola na Passarela Vila Esperança, metrô Vila Matilde, no dia 5 de março.
UNIDOS DO ARCO-ÍRIS (MG)
Esta foi criada como estratégia para animar o morno Carnaval de Belo Horizonte. Sob convite da Liga Independente das Agremiações Carnavalescas de Minas Gerais, a ONG Libertos começou em 2004 as movimentações para estruturar a escola. O presidente Osmar Rezende nos conta que a falta de verba deixou a agremiação de fora de alguns Carnavais. Em 2011 a Unidos do Arco-Íris pretende mais uma vez driblar os escassos recursos para fazer bonito no desfile, que em vez de ser realizado na periferia da cidade, foi transferido para o Boulevard Arrudas, centro de BH. “As grandes personalidades LGBT serão o tema deste ano”, diz Osmar.
ARCO-ÍRIS DE AMOR (RJ)O Rio de Janeiro também tem sua escola genuinamente colorida. Ela foi fundada pelo intérprete Rhichah. Heterossexual, o sambista pretende quebrar de uma vez por todas o preconceito que insiste em dar as caras na Marquês de Sapucaí. Em seu estatuto, a agremiação deixa clara sua principal função: “promover a confraternização entre as pessoas de opções sexuais diferentes”. A diretoria da escola ainda luta para conseguir sua própria quadra para poder organizar os desfi les. A perseverança vale a pena, já que como afirma Rhichah “o gay é que faz todo esse mundo de ilusão dentro do carnaval”. E tenho dito.
Não gosto de samba, mas adoro a ideia de termos escolas nossas, coisa que eu jamais imaginaria!
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